Seu verso não vem da distante Itabira
Não vem do além Tejo seu canto, sua lira
Mas, feito de aço, de bronze granito
Retrata profundo, seu laço, seu grito...
Quem dera eu poeta, e meu verso cantasse
Com tal agudeza que o tempo estancasse
Na dor alegria do verso certeiro
Minh’alma jorrasse de vez por inteiro
Poeta, porém de pequena estatura,
Pelejo com cinzas da vã criatura
Cinzelo em poeira meu longo penar
Recebo em seu canto, de nobre escultura
Suave acalanto: da dor, sepultura
Na noite do tempo estrela a brilhar