POEMAS DO NICODEMOS

Aqui você encontra um pouco do meu pensamento e sentimento. São garrafas lançadas ao mar virtual, na espectativa do encontro com outros sobreviventes... Palavras que buscam evidenciar, veladamente, o È.

13.11.10


ao Poeta Henrique Pimenta.

o Tempo
é o barômetro
do poema.

6.11.10


sob o a
pelo da
pele a fe
lina res
vala no es
curo da
mata


sem
pressa o
Tempo es
preita...

5.11.10

quem anda
descalço

enxergue
com os pés

3.11.10



tudo é Um
cada verso
cada pedra
cada dente...


mas
como
dói.

1.11.10

Que me importa aceitar
dialeticamente que uma pedra
e uma beterraba
são iguais

meus dentes
não aceitam

27.10.10


com velas acesas
ao som do dia
iluminando rabiscos
de estrelas cadentes...

seguir semeando
corações e mentes...
etmólogo estuda a origem, 
o sentido profundo das palavras... 




 e fala sozinho...

24.10.10


ela e eu
eu e ela
sonhando a semente da Arte
semeando sonhos de Beleza e Verdade...
Pintando e recriando a vida,
repisando passos passados
que o tempo desbotou...
Restaurando, reconstruindo
os castelos, os cabelos, os critérios...
Seguir, sempre seguindo e semeando
perguntas e destinos...
destemidos, ciganos,
sigamos!
avante!

24.9.10

ENÍGMA 
SÍNTESE 
SEM TESE.

29.8.10

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moto contínuo

com a prática
a perfeição vem

por inércia

26.8.10

passeamos no jardim de Drumonnd
e nele pastamos, caramujos poetas
sedentos de orvalho...

nos cantares de Quintana
acalanto meus ouvidos
cultivando silêncios

nos recantos a que me levam
teus versos, Brandão

pastoreio nuvens e sombras,
cores e sabores de infância.

22.8.10

semi breve

o tempo voa

18.8.10


Pé quebrado

quando posso passo lá

ela voa pra cá
se de lá canto meu canto
ela se encanta de cá

eu a viola e ela
a viola ela e eu

quando penso que a encontrei
vejo que ela se escondeu
o mote e o motivo
sempre a vida sempre o mesmo
então sigo ponteando
criando pontes a esmo

eu a viola e ela
ela a viola e eu.

15.8.10

Setilha

o meu verso, minha lira

meu prazer, meu compromisso
é fogo que não expira
eu porém, não vivo disso
mas lhe digo bem agora
a verdade que aflora
também não vivo sem isso.

26.7.10

8.7.10


Concluí a criação da minha nova rabequinha
feita de cedro, imburana, pau-d'arco, imbuia e uma madeira amarela que
é chamada no Ceará de amarelão.

29.6.10

(foto: Peça teatral "PELEJA DE ZÉ DE MATOS COM O BICHO BABAU NAS RUAS DO CRATO" de José Flávio Vieira.2006. Música de Cena: Abdoral Jamacaru e João Nicodemos. A peça foi premiada em várias mostras pelo Ceará, inclusive como melhor música de cena.





Com a minha rabequinha
eu nunca me sinto só
sinto pena, tenho dó
da tristeza que eu tinha...

21.6.10

o poeta olha o mundo
vê as pessoas
vê as coisas

não move um dedo
nem pisca um olho

mas
quem vê dentro
sabe...

3.6.10


Minha sede
cede aos encantos
da palavra

lavro rimas...
cerzir sinas
me compete

sê-de complacentes:
nem todo ouro brilha.



(ao Poeta Brandão)

Genial.

Endogenia
gera
Eu gênias?

5.5.10

"sopra que passa"

que tudo passa
e nada fica
e, se tudo passa,
nada passa também
e não fica ninguém
...

7.4.10


não fui um menino prodígio
vivia trepado na mangueira
tocando gaita num pente

desce daí menino, você cai!!!

não caí...

fui um menino sabiá
vivia cantando...

não fui um menino
prodígio
mas acho que
estou me transformando num
velhinho prodígio.

28.2.10



me lembro um dia
meu pai jogava futebol comigo
eu tinha 6 anos
o campo era gigantesco
as traves muito altas
eu queria ser goleiro

nunca mais
joguei tão bem.

25.2.10

Canção de meninar.

Mãe mimava a menina

Que dormia e sonhava

Com a mãe em seu colo

Que a menina ninava

Mãe me nina

Mãe menina

Mãe menina quer ninar

Mãe menina

Mãe me nina

Mãe me ensina

A serenar

Nina mãe

Mima a menina

Que suspira seu sonhar

Minha mãe

Minha menina

Minha noite de luar...

11.2.10


sou um homem
de letras


letras e palavra.

5.2.10

o relógio da casa 
da minha tia 
batia batia... 

minha infância 
era tranquila 
segundo me lembro 
não havia ponteiro 
de segundos

2.2.10


o poeta
sempre fala sozinho

às vezes de si para si
às vezes com o vizinho


desiguais
coentro & salsa
dez iguais
camisa & calsa
Arma zen 
meu poema

29.1.10

POEMA 
DE GELO 
   O MAR 
VIRÁ 
 SERTÃO

26.1.10

O que hoje dói em mim 
Sei já fiz doer alguém 
Dor que num gesto vai 
Gira volta e um dia vem 
Sente quem o bem recebe 
Sendo assim também percebe 
Que o bem que vai Vem.








23.1.10


quando Nada e Tudo
era ainda Um

trovejou uma luz
no profundo vazio
então teve início
o princípio
e o precipício.

hoje acordei
com rimas
nos olhos. . .

22.1.10


se a vida é
uma viagem:
do berço à cova
da fralda à mortalha
bom mesmo é estar viajando
por mais que pese a cangalha.

20.1.10

no tiro ao pombo
quem é que
paga o pato?
o poeta morreu 
    versos ao léu 
que ninguém 
                    leu.





17.1.10

breve diálogo:
- cuidado com o que falas!!
- cuidado tu, com o que ouves!!



.


pesadelo
rói unhas
dormindo






.

nada como

um jazz
atrás do outro


.