POEMAS DO NICODEMOS

Aqui você encontra um pouco do meu pensamento e sentimento. São garrafas lançadas ao mar virtual, na espectativa do encontro com outros sobreviventes... Palavras que buscam evidenciar, veladamente, o È.

15.12.11

Olvidei os advinhos
a eles não dou ouvidos.
Mundo novo há de vir
Há os que crêem no porvir
E na Lei dos merecidos...


Eu, porém, vivo sem pressa
O labor do dia certo
Vejo o fim, no que começa
Sinto que um dia desperto

Vejo o pó que cobre a estrada,
O vento que nela passa,
Apaga minha passada.

Uma fruta sob o sol,
Amadurece o meu dia.

Uma vela empurra o Mar...

Quem conjuga o verbo Amar?


(se soubesse, lhe diria).

25.11.11


RÍTMO

PERCUSSIONISTA
QUE SE ATRASA

TAMBÉM CORRE...


(não adianta)

17.11.11

Dolores...

sinto muito!!

1.11.11

Olhei bem fundo
no olho
da cebola

e chorei

30.10.11


Meus poemas são como
cadernos de campo
de um pesquisador antropólogo

onde

sou o caderno,
o antropólogo
e o aborígene

20.10.11

Sentimento Poético.


O mundo é como é ... mas como é o mundo?

O mundo é como Raimundo de Drummond...

vasto vasto mundo...

Que fazer? ”Nossas réguas são curtas...

nossos relógios são lentos...”

“Olhar o mundo com os olhos de borboleta”

Olhar o mundo com olhos de poeta

(Mais vasto será o mundo)

O poeta vê o mundo, a cada piscada, um novo mundo...

O poeta vê o mundo no futuro do futuro

(tempo verbal que só o poeta conjuga)

O poeta vê o mundo no tempo presente

Sempre presente...

e pressente o presente eterno (no futuro)

O poeta vê o mundo por uma janela

Que só ele conhece...

não vê pela vala comum da televisão...

A visão do poeta está no centro de uma esfera

E vê todos os pontos de sua superfície

E entre tais pontos, milhões de realidades possíveis

E não vê apenas uma superfície

Superposições de superfícies compõem

a esfera do poeta...

(que alguns chamam de mundo)

PS: bom lembrar (É permitido dar comida aos poetas).

13.7.11

Meu último poema
será feito de silêncio.
Profundo e contrito
silêncio...
Sem palavra de adeus
nem aos seus
nem aos meus...
Dobrarei a esquina do tempo
sem saudade, sem dor
sem vontade de ficar.
certo que fiz o que pude
e o que não pude, tentei!

Desertos e mares, são desertos.
Hoje, desperto um pouco mais.
Fecho os olhos.Vejo melhor.
Longe longe passa um navio.
Espero chegar a tempo...

10.7.11


CÂNTICO DOS QUÂNTICOS

todas as possibilidades
são possíveis

6.7.11


Saudade é uma

ausência presente

que pressente o

futuro encontro...

2.6.11

Um abraço

No calor de um abraço
A saudade se desfaz
Solidão afrouxa o laço
O coração encontra a paz.

O valor do abraço amigo
Sabe bem quem o recebe
Mas quem dá também percebe
Que o abraço é um abrigo:

Cessa a dor de quem padece
de tão bom, rejuvenesce
Cala o pranto de quem chora

Ganha um abraço quem dá
Melhor presente não há
por isso lhe abraço agora!

25.5.11


Peço que não percas,
nas horas de perdas,
os caminhos do coração.
lá estamos nós, em comunhão,
compondo canções que azulam o céu,
que anelam os laços do Amor que re-une.
silencie, não cante, nem conte
o tempo que foi.
Tempo virá em que o tempo será só lembrança
e faremos de nuvem e sonho
novos brinquedos de criança...

10.5.11

em todo lugar há o tédio
de tudo já feito, tudo finito
e há também o desejo de ver
mais uma cor no prisma do sol,
uma nota mais na vibração
dos silêncios,
um inseto desconhecido
num planeta não descoberto...
Assim, escrevo o verso não dito
do poema não sentido...
a buscar no finito
o
infinito.

17.4.11


sintonia

saí de casa
quando voltei
a casa não estava...

nem eu.

13.4.11

para saber
desaprendi

12.4.11

a palavra em teu verso
tem caligrafia própria:
ligação inevitável
entre a Timo e o cerebelo

belo!! belo!! belo!!

8.4.11



não olvide
Ovídio
veneno pequeno
é antiofídico

6.4.11


o poeta
escreve poemas
"de ouvido"...

quem duvida?

4.4.11

canção do moinho


a pedra de mó
que o moinho movia
moeu a saudade
no meu coração

o vento ventando
a ventana vazia
virou ventania
a minha canção

agora nem porto
nem sonho ou quimera
nem mera esperança
nem vinho nem pão

a pedra de mó
que movia o moinho
puída no tempo
não moe mais não
arquitetura necessária

a janela, pode ser a porta.
o coração, a horta semeada...
a florescer
flor e ser
flores ser

sonhar cores passadas
juntar pétalas de esperança
e brincar com as nuvens feito criança
...

30.3.11

Se eu fosse
um beija-flor
te beijaflorava
todinha

17.3.11


um silêncio triste invadiu a noite
em lugar muito distante
foram dormir os sonhos
tantos passos, tantos anos...

pobres bichos urbanos,
sonolentos de insônia
fabricamos versos de espantalho
enquanto a noite se adensa

3.3.11


quase amar
amalgamar

24.1.11

Forma & Forma

Abobrinha, macaxeira, açafrão,

Cebolinha, manjerona e jerimum,

Berinjela com alface e almeirão,

Alcachofra com farofa e guaiamum


Escarola, mandioca e pimentão

Batatinha, rabanete com ervilha

Beterraba, acelga, manjericão

Couveflor cambuquira com lentilha


Na forma de pão faço tijolo (^)

Na forma de tijolo faço pão (^)

Se na forma sem beleza, sem consolo (´)


Faço tudo que quiser minha intenção

Pois na forma e na forma cabe tudo (^), (´)

Mas nem sempre sentimento e emoção.

7.1.11


se toda regra
tem excessão
algumas não.

4.1.11


umas fotos
dão água na boca

outras,
nos olhos...