POEMAS DO NICODEMOS

Aqui você encontra um pouco do meu pensamento e sentimento. São garrafas lançadas ao mar virtual, na espectativa do encontro com outros sobreviventes... Palavras que buscam evidenciar, veladamente, o È.

28.4.21

15.10.20

   Ler e compreender um texto não  é  tarefa simples. É preciso sustentar os pilares do raciocínio com memória e conhecimento de bons escritos. É necessário que, em nossa formação, tenhamos encontrado bons professores e professoras, que nos conduziram e tutelaram. Que nos ensinaram a ler, a escrever, a pensar e interpretar os estímulos que a vida nos apresenta, e a transformá-la.

Hoje é um dia em que se dedicam aos professores e
professoras algumas homenagens, para honrar e demonstrar 
gratidão por tudo que lhes devemos. 
        Pessoalmente, tenho a graça de ser filho de professores,
e a felicidade em dizer que meus pais foram meus primeiros
professores.
Aprendi com eles o que se aprendia em casa, mais nos
exemplos que nos “sermões” e discursos: a sermos honestos,
sinceros, não dizer mentiras, cumprirmos com a palavra,
respeitar os mais velhos, os pais e os professores.
Pelas mãos e dedicação de bons professores é que podemos
conhecer o valor do estudo, o valor do conhecimento que
recebemos e produzimos com nosso trabalho e ação. 
Pelo conhecimento podemos discernir o que é certo do que
está errado e decidir a melhor maneira de fazer a transformação.
Assim é que podemos exercer o livre arbítrio, esta faculdade
ou sentido que nos dá a qualidade de seres humanos.
Pelo conhecimento se pode deixar de ser rebanho, se pode
escolher os caminhos como indivíduos e como seres sociais que
somos, com responsabilidades individuais e sociais.
A pedagogia mais eficiente é a do Amor. Aquela que vê no
outro, as boas possibilidades humanas e faz todos os esforços
para que elas se desenvolvam, se fortaleçam.
        Todas as lições são fáceis para quem quer aprender.
Gratidão a todas as pessoas com quem pude e poderei
aprender.

31.1.18

COISA COM COISA.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
12:33
Dia destes estive conversando com uma criança, atividade de que gosto muito. É um menino inteligente e muito perspicaz. Depois de algumas brincadeiras linguísticas, utilizando rimas, ritmo, e um pouco do imaginário infantil, no meio da conversa ele parou, pensou um pouco e disse num tom entre sério e debochado: "Ele não diz coisa com coisa!" Outro adulto que estava presente repetiu a frase como quem confirma e aprova a expressão. Fiquei triste e bastante preocupado. Um adulto pensar assim, é até natural, mas uma criança de cinco anos com sintomas dessa natureza?
Tudo bem que um gato seja um gato e um passarinho seja um passarinho... Mas com um pouco de imaginação, um gato pode querer voar e cantar como um passarinho, ou um passarinho aprender a miar e conversar com o gato. Como diria um amigo meu, o mundo das fábulas é fabuloso!
Enquanto poeta, transito livremente entre o estreito universo da razão e as infinitas possibilidades da transcendência. Afinal, poesia é transcendência.
Uma criança de tão pouca idade, olha e vê o mundo com espanto, onde tudo é novidade. Um caramujo no jardim, uma borboleta sobre a flor, uma fileira de formigas... Tudo isso é ao mesmo tempo real e fantástico. Partes de um mundo a descobrir e reinventar. A lógica binária dos computadores não chega nem a arranhar o verniz destas realidades tão profundas e, por isso mesmo tão simples, quando tenta explicá-las.
Sou irmão umbilical das metáforas, das metonímias, enfim da metalinguagem. Assim, acredito e tenho fé, que a Verdade - com "v" maiúsculo e a Beleza -idem- só podem ser alcançadas por esta via. Entenda-se como metalinguagem todas as formas de linguagem que transcendam aos estreitos limites racionais, incluindo as não verbais.
Não que eu despreze a Razão e o conhecimento que dela decorre. Afinal toda esta conversa (para muitos, chata) está firmada em argumentos plenamente razoáveis. Prefiro considerar que a razão e suas ferramentas sejam como pedras num caminho pantanoso, onde devamos pisar com segurança para dar um próximo passo. E ainda que nos arrisquemos pisando no desconhecido, as pedras da razão devem ser nossas referências, nosso porto seguro entre um e outro movimento.
Vejam que não posso abrir mão da metáfora, mesmo pra pensar a razão. Então vamos imaginar que a casca do ovo, em sua pequena espessura, contenha o universo racional. Toda a razão e todo o conhecimento racional ali estão contidos. Com este conhecimento é possível abarcar todas as realidades racionais. Tudo que existe no universo racional, contido na espessura da casca de um ovo.
Admito que isso seja suficiente, para a maioria das pessoas. Acontece que no interior desta casca imaginária, no interior deste ovo-metáfora, existe mais um universo de fenômenos e possibilidades, totalmente desconhecido e inatingível pelas ferramentas do mundo racional. E como não bastasse, existe ainda o exterior deste ovo imaginário, que não compreende nem sua casca (o mundo racional) nem o seu interior.
Ao descobrir-formular este pensamento tenho um susto imenso, quase um surto, e percebo que a Verdade e a Beleza são muito maiores e mais plurais do que poderiam supor nossos parcos recursos racionais.
Penso com Leonardo (Boff) que a transcendência seja uma das necessidades humanas; assim como o alimento, o abrigo, a procriação; e se não fosse esta necessidade de transcender nossa condição humana, de buscarmos o além-de-Nietzsche, não teríamos supra-humanos como Leonardo (o Da Vinci); a Terra teria a forma de uma bolacha e seria o centro do universo; o espaço seria plano e Einstein e Deus estariam errados, e...
Sinto muito pelos meninos inteligentes que são forçados a dizer coisa com coisa. Sinto por eles e por toda a humanidade.
João Nicodemos .

12.11.17

Em breve acontecerá o lançamento em diversas cidades. Já estamos colhendo a lista de interessados na compra por envio postal. Garanta o seu encomendando pela nossa pag. do facebook. ou por e-mail jotanikos@yahoo.com.br

10.10.15

Das sementes lançadas
algumas caíram no asfalto...
algumas floriram nos esgotos...
mas nada se perde, nada se perdeu
alguns dos nossos foram cultivar versos
no tempo das nuvens...
Nós, seguimos,
com meio sorriso no canto da boca
buscando justificar nossos dias
com alguma poesia que nos resta...
ciganos...
sigamos!
a cantar e tocar, rotos,
outros versos ignotos...

4.6.15

Capa do Livro Pirataria Poética. de Jony Rosa, José Walderi e João Nicodemos.   Hoje, uma raridade!

3.12.14

Abidoral Jamacaru

Que grande Alegria para nós todos que conhecemos e reconhecemos o valor humano e artístico de Abidoral Jamacaru. Sua obra é única, autêntica, irretocável e atemporal. Diria, em paráfrase a Mário Quintana, “os tolos, todos, que atravancaram seu caminho, passarão...Abidoral, passarinho!” E pássaro de voo seguro e certo de seu destino. Canta, e canto também, com ele, “Voo mais alto que o Homem que Sou! “Soul”... é isso: uma questão de alma! Almas que não se vendem, por dinheiro algum, nem sucesso fácil! Nosso Abidoral é assim... Sua história reflete uma cultura de resistência e, docemente resiste à estiagem de almas elevadas. A solidão do Condor que galga as mais inusitadas alturas, é voa só! Mas não lhe falta quem observe e admire a elegância com que cuida do seu jardim...do seu jasmim laranjeira... Acompanho sua obra desde que o vi pela primeira vez (e me lembro disso como quem ouviu o “Sargent Peppers” no ano de seu lançamento), com a mesma admiração, espanto e respeito. Tenho a imensa alegria de ser seu parceiro em alguns trabalhos e isso me honra. Abidoral Jamacaru não é um “produto” que se coloque nas vitrines do sucesso para ser substituído por similares... Não há similares de grandes criadores. Abidoral é um “processo”, um artista novo a cada canção, a cada acorde que inventa e reinventa. Em sua maturidade, já sabe que não há lugar para ele na prateleira do grande sucesso... que não há grandeza em vender sua rima, mesmo a troco de ouro. Eles todos, eles tolos, passarão... você, Abidoral, não!
(abraço do amigo João Nicodemos)

25.7.13


Lapidar é preciso.
pegar um tronco de madeira bruta,
escavaquear
tirar uma rabeca,
afinar o instrumento e tocar
até...     
um dia  ser violino.

18.2.13

A quem?




                                              RESPOSTAS AQUÉM

O poeta pergunta ao Universo:
Que vida? Há sorte? E a morte?
O Silêncio responde a seu modo
Solene, sincero, sem engodo...

O poeta, que sabe as palavras
E sabe forjá-las, atá-las, transpô-las
pescá-las no seco silêncio
sente-se órfão da Verdade

senta-se só no deserto da praça
e grita: “para quem? Para onde?”
e só, o silêncio responde...

                                                                                                   


19.12.12

CARTÃO DE NATAL.













Esta é a foto da Lua alinhada com Vênus que cliquei da janela um dia
desses...          Virou meu Cartão de NATAL!! 

20.5.12

Nasceu lá no quintal, de uma semente que um passarinho plantou... 

23.4.12


Amizade não respira burocracia
Amizade não escolhe nem hora nem dia
Amizade é leal, é legal e faz bem
Faz o bem sem dizer a quem fez
Fez e faz tudo que pode, tudo que é capaz
Amizade é amiga, não alimenta intriga
Amizade é de graça, é semeada na praça
Amizade é surda para a crítica barata
Amizade nos ampara diante da fera
Amizade não tem medo de ser sincera
e avisa do perigo que rodeia seu amigo
Amizade é pão, amizade é trigo
Amizade é cimento que garante a construção
Amizade é fermento que faz bem ao coração
Amizade é a primeira forma de amor
Amizade é o barro do santo no andor
Amizade é o copo d'água na hora da sede
Amizade é o retrato no branco da parede
Amizade não tem preço e faz a prece
pra o amigo receber sempre tudo que merece
Amizade é o unguento que alivia
Amizade fortalece com o tempo
Amizade compartilha sua sorte
Amizade multiplica pães e peixes
e não se acaba com a morte

13.3.12


Esta boa rabequinha
espanta minha tristeza
me alegra, traz beleza
pro labor da vida minha
cada nota que ela canta
uma dor no peito espanta
uma saudade advinha.

15.12.11

Olvidei os advinhos
a eles não dou ouvidos.
Mundo novo há de vir
Há os que crêem no porvir
E na Lei dos merecidos...


Eu, porém, vivo sem pressa
O labor do dia certo
Vejo o fim, no que começa
Sinto que um dia desperto

Vejo o pó que cobre a estrada,
O vento que nela passa,
Apaga minha passada.

Uma fruta sob o sol,
Amadurece o meu dia.

Uma vela empurra o Mar...

Quem conjuga o verbo Amar?


(se soubesse, lhe diria).

25.11.11


RÍTMO

PERCUSSIONISTA
QUE SE ATRASA

TAMBÉM CORRE...


(não adianta)

17.11.11

Dolores...

sinto muito!!

1.11.11

Olhei bem fundo
no olho
da cebola

e chorei

30.10.11


Meus poemas são como
cadernos de campo
de um pesquisador antropólogo

onde

sou o caderno,
o antropólogo
e o aborígene

20.10.11

Sentimento Poético.


O mundo é como é ... mas como é o mundo?

O mundo é como Raimundo de Drummond...

vasto vasto mundo...

Que fazer? ”Nossas réguas são curtas...

nossos relógios são lentos...”

“Olhar o mundo com os olhos de borboleta”

Olhar o mundo com olhos de poeta

(Mais vasto será o mundo)

O poeta vê o mundo, a cada piscada, um novo mundo...

O poeta vê o mundo no futuro do futuro

(tempo verbal que só o poeta conjuga)

O poeta vê o mundo no tempo presente

Sempre presente...

e pressente o presente eterno (no futuro)

O poeta vê o mundo por uma janela

Que só ele conhece...

não vê pela vala comum da televisão...

A visão do poeta está no centro de uma esfera

E vê todos os pontos de sua superfície

E entre tais pontos, milhões de realidades possíveis

E não vê apenas uma superfície

Superposições de superfícies compõem

a esfera do poeta...

(que alguns chamam de mundo)

PS: bom lembrar (É permitido dar comida aos poetas).

13.7.11

Meu último poema
será feito de silêncio.
Profundo e contrito
silêncio...
Sem palavra de adeus
nem aos seus
nem aos meus...
Dobrarei a esquina do tempo
sem saudade, sem dor
sem vontade de ficar.
certo que fiz o que pude
e o que não pude, tentei!

Desertos e mares, são desertos.
Hoje, desperto um pouco mais.
Fecho os olhos.Vejo melhor.
Longe longe passa um navio.
Espero chegar a tempo...

10.7.11


CÂNTICO DOS QUÂNTICOS

todas as possibilidades
são possíveis

6.7.11


Saudade é uma

ausência presente

que pressente o

futuro encontro...

2.6.11

Um abraço

No calor de um abraço
A saudade se desfaz
Solidão afrouxa o laço
O coração encontra a paz.

O valor do abraço amigo
Sabe bem quem o recebe
Mas quem dá também percebe
Que o abraço é um abrigo:

Cessa a dor de quem padece
de tão bom, rejuvenesce
Cala o pranto de quem chora

Ganha um abraço quem dá
Melhor presente não há
por isso lhe abraço agora!

25.5.11


Peço que não percas,
nas horas de perdas,
os caminhos do coração.
lá estamos nós, em comunhão,
compondo canções que azulam o céu,
que anelam os laços do Amor que re-une.
silencie, não cante, nem conte
o tempo que foi.
Tempo virá em que o tempo será só lembrança
e faremos de nuvem e sonho
novos brinquedos de criança...

10.5.11

em todo lugar há o tédio
de tudo já feito, tudo finito
e há também o desejo de ver
mais uma cor no prisma do sol,
uma nota mais na vibração
dos silêncios,
um inseto desconhecido
num planeta não descoberto...
Assim, escrevo o verso não dito
do poema não sentido...
a buscar no finito
o
infinito.

17.4.11


sintonia

saí de casa
quando voltei
a casa não estava...

nem eu.

13.4.11

para saber
desaprendi

12.4.11

a palavra em teu verso
tem caligrafia própria:
ligação inevitável
entre a Timo e o cerebelo

belo!! belo!! belo!!

8.4.11



não olvide
Ovídio
veneno pequeno
é antiofídico

6.4.11


o poeta
escreve poemas
"de ouvido"...

quem duvida?

4.4.11

canção do moinho


a pedra de mó
que o moinho movia
moeu a saudade
no meu coração

o vento ventando
a ventana vazia
virou ventania
a minha canção

agora nem porto
nem sonho ou quimera
nem mera esperança
nem vinho nem pão

a pedra de mó
que movia o moinho
puída no tempo
não moe mais não
arquitetura necessária

a janela, pode ser a porta.
o coração, a horta semeada...
a florescer
flor e ser
flores ser

sonhar cores passadas
juntar pétalas de esperança
e brincar com as nuvens feito criança
...

30.3.11

Se eu fosse
um beija-flor
te beijaflorava
todinha

17.3.11


um silêncio triste invadiu a noite
em lugar muito distante
foram dormir os sonhos
tantos passos, tantos anos...

pobres bichos urbanos,
sonolentos de insônia
fabricamos versos de espantalho
enquanto a noite se adensa

3.3.11


quase amar
amalgamar

24.1.11

Forma & Forma

Abobrinha, macaxeira, açafrão,

Cebolinha, manjerona e jerimum,

Berinjela com alface e almeirão,

Alcachofra com farofa e guaiamum


Escarola, mandioca e pimentão

Batatinha, rabanete com ervilha

Beterraba, acelga, manjericão

Couveflor cambuquira com lentilha


Na forma de pão faço tijolo (^)

Na forma de tijolo faço pão (^)

Se na forma sem beleza, sem consolo (´)


Faço tudo que quiser minha intenção

Pois na forma e na forma cabe tudo (^), (´)

Mas nem sempre sentimento e emoção.